sábado, 2 de janeiro de 2010

Luxuria!

Ascende a lua

Ao canto da rua escura

Luzia! A lustrar

A rua de ilustre gente

De pedra lusa

Na janela tua

Nua à dançar

Numa moça fartura

Meu vagabundo olhar

Abraça-te musa

Um rastro de luz

Um luxo de lastro

Um sobrado de putas

Luxuria vadia!

Para os males a cura

Tiago Carvalho

Aracaju, 27/ 01/ 02

Rápido, repente, árido


De repente a toada corre solta

À toa, quebrando o silencio do sertão

Rasgando a caatinga como uma serpente

De repente o homem

Se sente como um boi no mato,

Bravo, que não se põe canga

Valente

De repente cai ao chão árido

O sangue d’um inocente

Escorre então um suor frio no rosto

Um orvalho salobro e fino

No olhar de choro

Do morto, carente

Tiago Carvalho